Quanto mais passa o tempo, mais me convenço de que mudanças radicais não funcionam. Não adianta, por isso, imaginar que de uma hora para outra vamos deixar de ser quem somos, deixar um vício qualquer de lado, um padrão de comportamento, uma forma de ver a vida, para — de repente — acordar diferentes.
As mudanças, ou melhor, a transformação do ser acontece, mas demanda tempo, aprendizado, renúncia. Demanda compromisso, força, determinação. E, em alguns casos, ajuda externa, seja como terapia, análise ou grupos de ajuda.
Isso posto, vale a afirmação de que, na maioria dos casos, o que vamos conseguir é aprender a lidar com nossas limitações e problemas, vamos ter de aprender a lidar com o que é tolerável e possível.
Parece simples mas, saibam, não é!
Por vezes, nos cobramos, tentamos ser o que não somos e, pior, cobramos do outro o mesmo. Imaginamos que esse, para nos agradar, deveria, também, na velocidade que entendemos como ideal, mudar, transformar-se, fazer-se um "fantoche" para nosso prazer. Pois é, não acontece. Assim como não conseguimos mudar, o outro, também, terá as mesmas dificuldades. Então, a questão é: dá para conviver com o outro imperfeito e humano e, desta forma, incluí-lo em nossa vida? Dá para, levando em conta seu jeitão de levar a vida, imaginar uma união feliz?!
Se a resposta for sim, lembre-se disso todos os dias da sua vida a dois. Se a resposta for não, melhor encarar a realidade, enquanto ainda há tempo para escolher de novo. Afinal, ninguém é obrigado a encarar uma relação problema.
Então, se você é do tipo que fica cego e surdo quando apaixonado, como a maioria dos mortais, ouça os amigos, ouça àqueles que, verdadeiramente, o amam. Quem sabe eles não podem ter um comentário importante a fazer sobre sua decisão ou escolha?
Quem sabe, com um olhar mais distanciado, não possam ajudá-lo a enxergar outros ângulos do relacionamento?
Viver em sociedade é bom por isso. Podemos sempre buscar referencias do que é bom, belo, verdadeiro no outro. Podemos, pelo menos, tentar aprender com os erros dos outros. No mais, basta a conscientização de que todos somos únicos e, como diz um amigo, estamos em obra. Estamos, a cada dia, construindo um ser melhor.
Bom é saber que podemos sempre evoluir e, da mesma maneira, evoluir na nossa forma de relacionar e amar.
(Sandra Maia )
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